Fiz um café, lembrei de você. Tá cheirando lá na cozinha.
Fico lembrando do tempo em que vc me pedia para passar o café.
- Como se fosse muito difícil colocar três colheres de pó na máquina e acertar a quantidade da água.
Mas você dizia que ninguém fazia café como eu e aí sentávamos de costas para o computador, como se trabalho pudesse esperar, e fofocávamos sobre a minha vida. Eu sempre com tanta coisa na cabeça. E você sempre aflita.
Eu voltava pra casa sozinha e pensava, era bom tê-la por perto quando chegasse em casa. Mas você estaria por perto sempre, se eu precisasse. Mas o que eu queria mesmo era você por perto quando eu não precisasse. Adorava você por perto de bobeira. Principalmente para falar besteira. Como se fosse pouco o trabalho que eu dava ao trabalhar ao seu lado. Aí a vida foi ficando mais complicada e cada vez mais fácil - e a decisão já devia está ali, tomada (mas eu não sabia). Até que um dia, pronto, assim de repente, com as lágrimas nos olhos eu disse: comprei a passagem (a esperança pedia que fosse apenas um destino diferente, com uma vida diferente). Você me abraçou e disse que tudo daria certo. Foi o melhor abraço da minha vida. Precisei daquele abraço mais pela fé na vida, que já ia se desfazendo, que pela certeza da ida. Afinal, a passagem tava comprada.
E tudo isso com cheiro do café que vinha da mesa ao lado da minha. Ainda lembro de você quando sinto o cheiro do café pela casa, enquanto penso na nova decoração da minha vida e tenho certeza que o pra sempre é só mesmo momento que fica dentro da gente. E que se sente sempre, que se lembra sempre.
- Como se fosse muito difícil colocar três colheres de pó na máquina e acertar a quantidade da água.
Mas você dizia que ninguém fazia café como eu e aí sentávamos de costas para o computador, como se trabalho pudesse esperar, e fofocávamos sobre a minha vida. Eu sempre com tanta coisa na cabeça. E você sempre aflita.
Eu voltava pra casa sozinha e pensava, era bom tê-la por perto quando chegasse em casa. Mas você estaria por perto sempre, se eu precisasse. Mas o que eu queria mesmo era você por perto quando eu não precisasse. Adorava você por perto de bobeira. Principalmente para falar besteira. Como se fosse pouco o trabalho que eu dava ao trabalhar ao seu lado. Aí a vida foi ficando mais complicada e cada vez mais fácil - e a decisão já devia está ali, tomada (mas eu não sabia). Até que um dia, pronto, assim de repente, com as lágrimas nos olhos eu disse: comprei a passagem (a esperança pedia que fosse apenas um destino diferente, com uma vida diferente). Você me abraçou e disse que tudo daria certo. Foi o melhor abraço da minha vida. Precisei daquele abraço mais pela fé na vida, que já ia se desfazendo, que pela certeza da ida. Afinal, a passagem tava comprada.
E tudo isso com cheiro do café que vinha da mesa ao lado da minha. Ainda lembro de você quando sinto o cheiro do café pela casa, enquanto penso na nova decoração da minha vida e tenho certeza que o pra sempre é só mesmo momento que fica dentro da gente. E que se sente sempre, que se lembra sempre.