O popular vale a pena?



Muito interessante o ponto de vista do nosso amigo Leo Luz da Folha. Leia seu texto aqui http://brasil247.com.br/pt/247/cultura/12277/Qual-o-problema-com-o-popular.htm. Eu concordo quando ele fala sobre o popular e o trabalho escravo que deve ser esvcrever uma novela por 9 meses e integrar o povo brasileiro com uma história coerente. Porém, ele apresentou apenas um lado da história. Citou Nelson Rodrigues para lembrar que nosso dramaturgo imoral costumava dizer que no Brasil sucesso é ofensa pessoal (quando isso é na verdade um sentimento, ressentimento, muito mais carioca do que nacional) e falou que não concorda com as pessoas que para “não serem” popular fogem para a TV a cabo americana ou inglesa. O problema do viés dessa discussão deveria começar informando o que é popular para depois informar o que é pitoresco. Existe uma lacuna muito estreita entre esses dois mundos e num país de terceiro mundo e sub-desenvolvido (mas em progresso) como o Brasil, essa diferença faz toda a diferença. Eu gosto muito de citar para amigos algo que o carnavalesco pernambucano, CAPIBA,  gostava de dizer – não é que cachorro goste de osso. Ele gosta de carne. Mas se não tem carne, ele vai mesmo roer o osso, oras. E é isso mesmo. O público gosta do que é bom, popular ou não. O público quer o filé mignon mas se não tem, oras, ele rói o osso.  As nossas produções podem ser populares e cultas. Só precisam um pouco de bom-senso. O popular, quando não é pitoresco – pode ser muito bom – não só para os números da audiência quanto para a intelectualidade da população brasileira, que no final da noite, só quer mesmo esquecer o cansaço de um dia pesado de trabalho. Paciência. Da pra descordar? Afinal ninguém tá afim de discutir filosofia todos os dias na hora do jantar só para distrair, né? As contas para pagar, o IPVA pra renovar, a cozinha para arrumar. Não dá. Não é assim.

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