Portugal, e o nosso mundo encantado.





Foi assim, eu cheguei e ele me esperava sentado no banco da estação.

NÃO.

Começa a história de novo, volta tudo, ...


... era um dia de verão em Portugal. Eu chegava de Lisboa e ele não estava na estação de Coimbra à minha espera. Eu sentei em cima da mala (agora assim, tá tudo certo) e o esperei poucos minutos (ele é o Europeu, eu sou a brasileira, mas era ele quem estava atrasado) aparecer do outro lado da linha do trem (o Trem! Eu nunca tinha andado de trem antes!!!). Ele vinha lindo, com sua pele dourada do sol carioca (que custa a ficar a na pele e a manutenção é árdua).


Quando me viu, abriu o abraço e o sorriso. Era como resnacer das cinzas. Ali sim, meu verão havia chegado, mais tarde, mas estava ali. A útlima vez que havíamos nos visto foi em minha despedida no Galeão. Ambos com lágrimas no olho, nos despedíamos com sentimentos de terror e desespero, mais do que saudade e nostalgia. Havia a esperança - aquele que nos enlaçou os braços novamente, e nenhuma certeza daquele futuro eterno - que não durou nem alguns dias.

Foi um longo inverno no meu coração desajuizado. Mas foi um longo reencontro, com momentos felizes sem fim. Foi riso pra todo lado, foi conversa na praça, na estação, na sorveteria, na calçada, em todo canto, pra qualquer sermão.
Foi um unissóno "bem-vinda", foi uma tarde linda.
Foi minha primeira vez em Coimbra.
Foi às margens de onde ele nasceu e viveu, que em seus braços, meu deu vida novamente - me mostrou à nova terra, que de prometida não tinha nada, mas virou à luz dos olhos meus.
Devolveu-me a paz, o sorriso e a pele colorida - dessa vez por um sol que durava um pouco mais. Me levou à terra santa - FÁTIMA.

Me deu vinho português, me pediu caipirinha, fiz o jantar com Curry (mas sua mãe havia de desprezá-lo, por falta de paladar para o tal caril, que eu nem poderia saber como se dizer em português - digo o português bem falado, aquele que veio nas caravelas, não o meu desmantelado, cheio de gíria e trela).

Depois de muitos risos, muito sóis e algumas luas mais tarde, estávamos de volta a Lisboa.

Dessa vez, com compromissos mais sérios (mas nem tanto assim!) que nos valeram uma dúzia de risadas a mais! Uma dúzia de outras lembranças a mais e uma biblioteca no meio da nossa vida, A MAIS. Como se um André para nós dois já não fosse suficiente e precisássemos mais.


Por agora ando sentindo falta do nosso bolo de laranja na Travessa. E ando à espera de sua visita à minha casa nova... essa que aqui embaixo, ainda sem parade, mas cheia de esmero, que vai ficar linda! Ando à espera da nossa nova lembraça significativa, de uma nova história no nosso livro de memórias. Um remédio para sossegar a saudade. Uma vontade louca de ouvir aquele sotaque cheio de palavras perfeitas com "c" no meio, como no "perfecto". Como a nossa amizade, que assim, de tão bela, nasceu ao som de um sanfoneiro e uma zabumba, num dia qualquer da semana, em uma botafogo que jamais deixaremos de brindar. Pois, o meu Rio foi ponte para Portugal e seu além-mar.

Uma lelêzinha cheia de saudade para matar, viu?

Um comentário:

João Pedro disse...

Lelêzinha!!!!!

Como é possível!?!?! Sonhei contigo a noite toda e agora chego ao trabalho e fazes-me passar esta vergonha! Aqui estou eu, lavado em lágrimas, a olhar para o ecrã e a tentar disfarçar os sentimentos avassaladores que me percorrem inteiro!
Primeiro uma série de emails que enfim... sem comentários... e depois isto, um presente em pleno mês de Março e logo agora, que eu sinto que estava mesmo a precisar, a nossa telepatia atravessa oceanos... Começar o dia assim não é para qualquer um! sinto-me um sortudo! um felizardo!

Os sentimentos são para místicos, não se explicam, não se descontroiem, e a saudade que sinto de ti, nos últimos dias, está a bombar. Tudo me faz lembrar de nós dois, dos momentos que passámos juntos, os cafés da manhã que partilhámos, as caminhadas quase nocturnas, as noitadas no BG, a ida ao teatro para ver a Margarida, o cuidar de ti quando não conseguias dormir, o emprestar-te a minha cama e o meu cobertor, o telefonema em que te ouvi doente e mesmo sem te conhecer senti que precisava de te ajudar, as idas ao letras, o Suassuna, a procura de um restaurante para a boda, o restaurante em santa teresa, o rodízio de japonês, a procura de casa no jardim botânico, os museus, a praia, o Rio, Coimbra, Figueira, Lisboa, Portugal...

Esse forró em que nos conhecemos foi uma quinta-feira, dia 22 de Março de 2007. Está a fazer dois anos que os nossos rumos se cruzaram e agora, mesmo tão distantes, sinto mais que nunca que a união é perpétua, mesmo quando os acasos da vida não nos permitem passarmos o tempo juntos que gostaríamos de passar.... Devíamos ter aproveitado tanto preparativo e ter casado logo!

Mal posso esperar para ir conhecer a tua casa! ADORO-TE Lelêzinha do meu coração!

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