Depois de ouvir sobre Paris, você vem falar em felicidade!

Tá bem. Vou tentar.
Mas, vem cá, você é feliz?

Você também tá de viagem marcada a Paris e vem me jogar na cara os dez anos de passado que não se recuperam mais?

Onde ficou guardada essa frase, quando na mesa daquele restaurante à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas seus olhos viam tempestade à minha imagem e semelhança?

Quando unir suas mãos as minhas seria mais um ato de rebeldia suficiente capaz de emergir a terceira guerra mundial?

Onde estava a coragem, o desespero, o desejo, a certeza quando você me deixou escapar entre os dedos calejados?

A esperança no futuro estava mesmo no outro, naquela ligação que vc só atendeu quando voltou à sua terra, ao seu eu, ao seu sobrenome e a todos aqueles que o valham. No vazio do novo, ficou apenas a minha cara, lavada, sem maquiagem, e a pergunta vamos lutar por isso?
Não parecia valer a pena e essa pena aos anos se passara. E hoje EU pergunto, você é feliz? Está sendo feliz?
Como pode me dizer que é triste o destino que cabe perfeitamente na medida dos seus braços?
Na medida do acomodado futuro que todo mundo disse um dia ter pra você?
Eu nunca estive nesse espaço - tão belo e intacto - mas conheço de cor e salteado todas as palavras que rodeiam o seu mundo encantado. Porque eu sempre estive do outro lado, do lado de lá da margem, olhando o mundo girar, andando aos passos largos. Esperando você me alcançar, quando não valeria mais a pena lutar.




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