Mancada!

Hoje eu tô com a calcinha na gaveta das cuecas. Portanto, não vem de garfo que o dia é de sopa! Você para e pensa, diz que aceita o “pito” se arrepende do não dito, mas feito. Sente saudades, fala na praia, na comida, na bebida, no passeio que fez e que eu não estava ao seu lado. Escreve no blog, me pede opinião. Me chama de feia, fica com raiva e briga comigo. Tudo isso por um motivo ou outro. Pela falta de argumento ou pela população de argumentos que povoa sua cabeça de escritor perdido. Andando no vazio de você mesmo, você vive buscando uma atriz para ser sua musa inspiradora – alguém que lhe abandona no meio do seriado para que você tenha uma razão emocional para sofrer. De outra forma, ela lhe daria um filho, lhe daria o mundo e você mudaria para São Paulo por causa de qualquer emprego melhor. A vida não é remanescente como o filme de nós dois. Mas me convenço sempre que é melhor esquecer nosso passado de fotografias em sépia do que viver filosofando aquilo que só dizemos no Skype porque sabemos que não vamos concretizar na vida real. Não vamos dividir o aluguel depois daquela trepada e nem assumir nossas cagadas depois de uma noite de bebedeira. Isso não é uma crítica. É uma cena de um filme. O filme das nossas vidas primitivas. Algo que não aconteceu, mas estava no roteiro.

Um comentário:

André Debevc disse...

A habilidade de sempre com as palavras. Só quem te conhece te imagina falando tudo isso, cheia de sotaque e velocidade de discurso. E ainda assim, leve. Leve como quem aponta uma lança merecida contra o peito do outro. O outro que não seguiu o roteiro e fez outra série. Longe. Longe de trepadas, aluguéis e filhos que não vieram, mas que se tivessem vindo, seriam muito amados.

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