Depois de ouvir sobre Paris, você vem falar em felicidade!

Tá bem. Vou tentar.
Mas, vem cá, você é feliz?

Você também tá de viagem marcada a Paris e vem me jogar na cara os dez anos de passado que não se recuperam mais?

Onde ficou guardada essa frase, quando na mesa daquele restaurante à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas seus olhos viam tempestade à minha imagem e semelhança?

Quando unir suas mãos as minhas seria mais um ato de rebeldia suficiente capaz de emergir a terceira guerra mundial?

Onde estava a coragem, o desespero, o desejo, a certeza quando você me deixou escapar entre os dedos calejados?

A esperança no futuro estava mesmo no outro, naquela ligação que vc só atendeu quando voltou à sua terra, ao seu eu, ao seu sobrenome e a todos aqueles que o valham. No vazio do novo, ficou apenas a minha cara, lavada, sem maquiagem, e a pergunta vamos lutar por isso?
Não parecia valer a pena e essa pena aos anos se passara. E hoje EU pergunto, você é feliz? Está sendo feliz?
Como pode me dizer que é triste o destino que cabe perfeitamente na medida dos seus braços?
Na medida do acomodado futuro que todo mundo disse um dia ter pra você?
Eu nunca estive nesse espaço - tão belo e intacto - mas conheço de cor e salteado todas as palavras que rodeiam o seu mundo encantado. Porque eu sempre estive do outro lado, do lado de lá da margem, olhando o mundo girar, andando aos passos largos. Esperando você me alcançar, quando não valeria mais a pena lutar.




Minha inédita segunda vez, em Paris.

A primeira vez que eu fui a Paris foi meio que sem querer - não pelo NÃO QUERER do verbo sem querer, mas pelo atropelo dos fatos e circuntâncias - que hoje em dia não tem valor nenhum. Portanto, Paris à primeira vez não foi uma viagem programada, foi mais uma tentativa frustrada de impedir o destino de acontecer.

Porém, a minha segunda vez em Paris foi inédita. Quase um clichê. Dia e noite cheio de aventuras fantásticas, temperos inéditos, curiosidades, acertos, desacertos e PARIS AO FUNDO.

Incrível.


Mas o melhor de tudo, eu guardei pro final. Quando estive na cidade, em 2007, não subi ao topo da torre por medo de nunca mais ter a oportunidade de voltar lá com um amor de verdade. Por isso, guardei a delícia do passeio como pretexto para voltar a Paris. E assim sendo, voltei a Paris em 2009. Agendamos uma data especial, abrimos uma garrafa de champagne e subimos ao topo, num dia de domingo, sem chuva.


Foi a glória. Meu maior acerto, no desespero do meu coração feliz!


Por isso, por Monet, pelo Musee D'orsey, pelos crepes, pela minha segunda vez inédita na cidade e pela Paris que não cansou de ser bonita, de ser meu Rio de Janeiro internacional é que hoje eu volto a escrever no meu blog. Cheia de cicatrizes que Paris deixou na minha pele. Pelo francês que eu já não gaguejo tão bem, e que voltou a me inspirar de verdade.


Pura e simplesmente mágica, a vazia existência de se permitir mais uma vez em Paris extrapola dentro de mim.


De verdade e cheia de sims. Sim, eu disse sim. Em PARIS.



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